quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Eis-nos de volta (off)



Há muito a relatar neste espaço em que meus netos - além de Pedro, Laura e Ulisses, agora há Otto, o caçulinha que ainda não fala e por isso não tem voz aqui, embora já faça suas peraltices - têm presença cativa e preponderante.

Hoje, neste dia de retorno após um longo quão indesejável intervalo, peço vênia para relatar uma pequena maravilha que talvez o "sangue" explique. 

Como é sabido, Ulisses e seus pais vivem hoje em Curitiba, mas nas férias de Verão eles vêm passar pelo menos um mês conosco, quando o menino se esbalda nos passeios e na comilança.

Ontem, por exemplo, num passeio de ônibus pela orla marítima de Salvador, ele apreciava o mar quando sua avó Bia - ele se divide entre nossa casa e a residência dos outros avós, Lea e Gustavo -, depois de futucar em sua bolsa, deu ao menino um pedaço de papel.

Ulisses, meditabundo naquele momento, perguntou: "Vovó, você tem uma caneta?"

De posse do instrumento, ele passou a escrever no pedacinho de papel e daquela cabecinha cismarenta brotou este haicai:

"O céu encontra o mar

E o sol risca o mar

Lá do céu"

Achei isso uma maravilha e reputei o fato ao gosto pela poesia que herdei de meu pai e está presente principalmente em Pedro, o primeiro neto. Por que não seria assim com Ulisses?