O manuscrito, contudo, havia sido escrito a lápis e foi com alguma dificuldade que conseguir interpretar o texto de Pedro, que se revela um poeta bastante inspirado, preocupado com questões filosóficas, ação característica da fase adolescente que ele vive, fazendo-me recordar minha própria experiência. Eis o texto, ao mesmo tempo belo e triste:
Humanos?
Se alguém me perguntar,
Ser humano eu não sou
Sou apenas um ser vivo
Que pensa e suporta dor.
Se alguém me questionar,
Não pertenço à Humanidade
Esse grupo de seres
Sem noção da realidade.
Não importa o quanto perguntem,
Eu me vejo assim
Fora de uma sociedade
Mas 100% dentro de mim.
Volto a fazer um pedido simplório
Para ninguém se esquecer
Por favor, eu imploro
Eu apenas quero viver!