quinta-feira, 27 de agosto de 2015

(off) Não era osso?

Enquanto cumpriam a tarefa escolar trazida para casa, Pedro e Laura conversavam e não adiantava eu pedir que eles se ativessem aos respectivos deveres, uma vez que a Mamãe Sal havia saído com Vovó Bia e a Dinda Ananda, com Gabriel e Ulisses a tiracolo. Em dado momento, Laurinha inquiriu o irmão:
- Pupuzinho, sua pró, Mônica, é legal?
Para minha surpresa, a resposta não foi nada alvissareira, porém veio cheia de motivos para uma gargalhada, mas me contive:
- Não - disse o menino -, ela é um dedo duro de roer!


(off) Sons do calabouço

Meus netos, Pedro e Laura, estão brincando de Banco Imobiliário com Mamãe Sal, a vizinha tia Dani, seu filho João e a amiguinha Alice, filha da "mulher do transporte". O jogo é uma versão repaginada cheia de reviravoltas e numa dessas Pedrinho foi parar num calabouço, condição em que teria de ficar sem jogar uma ou duas rodadas ou "pagar" uma pequena fortuna por sua libertação. Mas enquanto o jogo corria, em meio à algazarra das crianças e ao divertimento das mulheres, alguém soltou um pum e tia Dani reclamou:
- Foi você, Pedro?
Meu neto, contudo, menino honesto e muito perspicaz, tinha um álibi a apresentar e não ficou calado:
- Eu? Eu estou no calabouço!


(off) Romã-ce

(a Rogério Menezes)

Na saída do Centro, pela manhã, após a aula da evangelização infantil de que Pedro e Laura participam, encontrei um colega de atividades espíritas com sua filhinha, que tem o mesmo nome daquela por quem meu neto arrastou uma asa na escola. Assim, comentei com meu amigo a coincidência dos nomes, acrescentando que a outra era a "paixão" de Pedrinho. Depois o menino me repreende:
- Vovô Chico, você não devia falar assim.
Eu pergunto o porquê, ainda tendo na mente a atração que a coleguinha Elisa exerceu sobre ele há alguns meses, e meu netinho vem me dar sua explicação:
- Acho que eu não gosto muito dessa coisa de namorar!
Rio e dou corda, insistindo em conhecer mais a fundo a opinião de um garoto que ainda fará sete anos. Ele não se faz de rogado e me fala:
- É nojento! Tem que beijar na boca!
- E você beija na boca?
- Não, quando eu vejo alguém beijando na boca eu tenho vontade de vomitar!
Rio mais ainda, dizendo que depois ele poderá mudar de ideia e nesse momento Laurinha interfere, para me fazer gargalhar:
- Quando eu vejo alguém comendo uma coisa bem gostosa eu sinto água na boca!
E assim vamos aprendendo!...


(off) Três letrinhas e uma pronúncia complicada

Em seu primeiro ano do curso fundamental, Pedrinho, que já sabia ler e escrever bem antes disso, está aprendendo alguns macetes da língua portuguesa, principalmente no que comporta à compreensão das quantidades. Desse modo, quando Mamãe Sal se dispôs a auxiliá-lo na realização dos deveres escolares, na semana passada, achou graça, tanto quanto eu, na forma como meu neto pronunciou a abreviatura da expressão latina "et coetera", usada para representar elementos não nomeados numa frase. Vendo as três letrinhas "etc." em seu livro de exercícios, Pedro disparou, para o estranhamento materno:
- "Étique".
Claro que Sal corrigiu a pronúncia do menino, mas no domingo passado, quando estávamos no Centro Espírita Deus, Luz e Verdade para a aula de Evangelização dele e de Laura, minha filha precisou levar Pedrinho ao sanitário e ao sair Sal me contou que ele viu, numa placa, a mesma expressão "etc." e fez este comentário:
- Em todo lugar, agora, tem esse tal de "étique", não é, mamãe?


sexta-feira, 14 de agosto de 2015

(off) Avô confiável


Depois do almoço, eu tive de ir à casa de minha filha Ananda, mãe de Ulisses, para levar uma encomenda, e Pedrinho quis ir junto. Naturalmente, fomos conversando pelo caminho e em certo momento meu neto, demonstrando sua satisfação, elogiou minha condição de progenitor e declarou que sou um avô de confiança.
Fiquei contente com isso e agradeci a deferência, mas Pedro queria mais:
- Vovô Chico, você acha que eu também sou um neto de confiança?
Eu assenti:
- Sim, você é meu neto querido!
Mas não era a resposta que ele esperava e por isso Pedro insistiu:
- Mas eu sou de confiança?
- SIm, você é de plena confiança!
Meu neto riu e caçoou de mim, fazendo-me rir também:
- Ah! Vovô Chico, você não precisa falar isso!...

(off) Pedrinho é o cara!


Mamãe Sal não gostou do modo como Pedro e Laura chegaram em casa esta tarde, quando voltaram da escola. A menina veio com cara de poucos amigos e, segundo a "mulher do transporte", minha neta já saiu de sua sala amuada. Ultimamente, Laurinha tem se mostrado, em algumas situações, como uma velha rabugenta. Quanto a Pedro, Sal pediu que ele me mostrasse algo e o menino achegou-se a mim revelando desenhos nos dois braços feitos com canetas hidrográficas.
- Foi você que fez, Pedro? - perguntei.
- Não, foi um colega da escola!
- E por que você deixou? Você pediu?
- Não, mas ele veio com um olhar de cachorro pidão!...
E não falei mais nada porque tive de gargalhar.

(off) Menino especial


Pouco antes de chegarmos à casa de Ananda, Gabriel e Ulisses, Pedrinho surpreende-me com uma observação assaz interessante:- Vovô Chico, eu acho que sou um menino muito especial!
Concordo com ele, mas pergunto por que ele diz isso e ouço esta resposta:
- Eu não tenho nenhuma alergia!

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

(off) Palavra nova


Já disse aqui que meu neto Pedrinho é bastante articulado e gosta de aprender coisas novas, especialmente as palavras que podem aumentar e enriquecer seu vocabulário. Um exemplo disso - mais um! - eu obtive esta noite, quando Laurinha, ainda sem sono para dedicar à noitada nos braços de Morfeu, quis assistir um vídeo no computador. Não demorou muito e Pedro veio lá do quarto para sentar-se junto à irmã. Interessado em ver o que mais lhe agrada, o menino insistiu com a irmã para que lhe desse a vez, mas eu obtemperei:
- Pedrinho, ela tem a primazia...
Eu ia completar a frase, mas parei no meio para gargalhar por conta da observação curiosa de meu neto:
- Primazia? Isso é uma doença?

(off) Cristal da infância


Quando voltava para casa, esta tarde, encontrei Pedro e Laura brincando com os amiguinhos João Victor e Samuquinha. Os meninos se divertiam correndo atrás de uma bola de futebol, enquanto Laurinha, quando me viu, veio chorosa ao meu encontro, sobraçando um verdoso sapinho de pelúcia. Perguntei-lhe o motivo da tristeza e minha netinha explicou, mostrando-me o boneco, que gostaria de brincar com os meninos também. A solução que encontrei foi tomar-lhe o sapo das mãos e "ordenar" que ela se juntasse ao irmão e aos amiguinhos, o que Laura fez com grande alegria. Nisso, Pedrinho se aproximou para uma revelação, mostrando uma brilhante bolinha de gude:
- Vovô Chico, olhe o que eu achei: uma bola de cristal mágica!
Mas nem bem ele acabara de falar e tanto eu quanto João Victor exclamamos:
- É uma bola de gude.
Eu não sabia que nesse momento nós feríamos sua suscetibilidade e por isso Pedro lamentou:
- Não ligue pra eles, cristal!...