domingo, 31 de agosto de 2014

(off) Cor favorita

Hoje, um dia depois da comemoração do centenário do Verdão (o time paulista da S. E. Palmeiras), é que fui entender o porquê de minha neta, Laurinha, haver determinado, aos dois anos de idade, que minha cor favorita é o verde, logo eu, que sempre gostei do azul... E a razão, conforme meu entendimento, é que ainda não me encontro maduro. E a menina percebeu essa minha condição bem cedinho...

(off) Tesourada

Mamãe Sal ralhou com Pedrinho esta tarde, ao verificar que, pela segunda vez, nosso menino usou a tesoura de seus trabalhos escolares para cortar uma mecha de seus cabelos. Pedro chegou aqui em casa choroso e mereceu novas reprimendas por parte da mãe. Eu quis saber por que ele fizera tal coisa e, como sempre, o garoto disse não saber. Nisso, o Papai Alexandre chega e fala grosso com Pedrinho, interrogando-o sobre as razões desse gesto e também ouve o que eu já havia escutado. Contudo, Alexandre, que apresenta uma calvície precoce, pergunta ao menino se quer que o leve para cortar toda a cabeleira e assim não ter onde experimentar a tesoura e Pedro chora, desconsolado:
- Não! Eu não quero ficar como você!
Mais tarde, com ele mais tranquilo, embora ainda se apresentasse lamentoso, volto a insistir nos motivos que ele encontrou para cortar o cabelo e Pedrinho insistiu no desconhecimento, mas me fez rir com o complemento de sua resposta:
- Eu não sei, acho que foi magia!...

(off) Dentes à mostra

Trouxe para Laurinha, esta tarde, uma novidade: um tubo de dentifrício com a imagem da boneca Barbie no rótulo. Ela exultou. Também Pedro foi brindado com um mimo igual, só que diferente, pois tinha a figura do Homem Aranha na embalagem. Desse modo, correram ambos para o banheiro a fim de experimentarem os respectivos presentes, mas só a menina teve coragem de ir até o fim nesse propósito, porque as ditas embalagens vêm com um selo de segurança que minha netinha pediu à Mamãe Sal para tirar. Minutos depois, ela retorna para exibir o resultado da escovação:
- Mamãe, está cheirando? - perguntou, mostrando os dentes.
Sal confirma o aroma agradável e Laurinha completa:
- Eu botei pasta duas vezes!

(off) Soninho

Pedro e Laura acabaram de dormir e é assim que os anjinhos mais se parecem com seus modelos celestiais. Porque é um sufoco daqueles fazê-los visitar Morfeu, uma vez que parecem uma pilha de Alexandre Volta. Mas descobri um truque infalível para lhes provocar sono: é só acionar o modo música da TV a cabo e, voilá!, ei-los no reino de Sandman. Mas até nessa hora eles encontram um meio de me fazer rir, como Laurinha fez ainda há pouco: antes de fechar os olhos, a menina me sai com esta:
- Alguém de acorde deste sonho!
Tudo isso para explicar que estava indo dormir contrariada...

(off) Só para homens

Por termos combinado ir esta manhã ao festival da cultura japonesa, onde encontramos o colega Marcus Gusmão ao lado de sua Soraia e parte de sua "renca" de filhos, meu pessoal foi me buscar na Casa de Oração Bezerra de Menezes - Cobem, após o término de minhas atividades na coordenação de um grupo de estudo. Mas antes de nos dirigirmos ao Parque de Exposições eu propus passarmos numa agência bancária para suprir as necessidades do bolso. Chegando lá, Alexandre Lucas, pai de Pedro e Laura, disse que também entraria e assim Pedrinho igualmente se ofereceu para nos acompanhar, pelo que deixamos as mulheres - Laurinha, Mamãe Sal e Vovó Bia - sozinhas no carro. Mas antes de descermos, meu netinho, esperto como ele só, comentou o fato de apenas os homens se dirigirem à agência, fazendo-me gargalhar:
- Só os homens sobrevivem lá!...

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

(off) Laura e os deveres

Ontem à tarde, para colaborar com Mamãe Sal, dediquei-me a acompanhar os meninos na realização dos respectivos deveres de casa. No caso de Pedro, por causa da temporada em Feira de Santana, os deveres escolares se acumularam e ontem ele teve de cuidar de várias páginas de seus exercícios de alfabetização.
Quando cheguei na casa deles, Laura ainda dormia a sesta na cama da mãe e então fui observar Pedrinho, que era assistido por Sal naquele momento. Mas logo a menina acordou e veio para o quarto onde fica a escrivaninha deles. Sal precisou ausentar-se e com isso a tarefa passou a ser minha.
Com a chegada de Laura, Pedro cedeu seu lugar na escrivaninha, que dispõe de duas cadeiras do tamanho das crianças e isso me fez supor que ele havia acabado duas tarefas, de modo que passei a ajudar Laurinha, procurando e recortando gravuras em revistas velhas para ela colar num livro.
Sentei-me na cama dela com a revista e a tesoura, mas a menina veio para junto de mim com esta observação:
- Vovô, papai disse que eu é que tenho de recortar.
Passei a tesoura a ela e a ajudei no recorte de duas ou três gravuras que Laura logo foi colar, enquanto procurava as restantes. Entretido com a pesquisa, ouço-a indagar-me?
- Vovô, tem algum problema em meu trabalho?
Ora, cuidando unicamente da parte que me cabia, de cabeça baixa e bem atrás de onde ela se encontrava, eu não podia ver o que minha neta estava fazendo e por isso minha resposta foi positiva:
- Não.
Bem, terminei de recortar as últimas gravuras e fui até ela e o que primeiro vi foi seu cotovelo sujo de cola. A mesa também estava com cola espalhada e as gravuras foram presas no papel com cola demais. Ralhei com ela:
- Laura, que bobagem foi essa que você fez?
A menina não perdeu o rebolado e, diplomática, respondeu:
- Você disse que não tinha problema!

(off) Laura e os deveres (2)

Terminada a tarefa de Laura com seu dever de casa, libero a menina para brincar e repara que Pedinho ainda tem muito que fazer e por isso o chamo para continuar trabalhando. Meu neto é um desses meninos que, muito inteligentes, pensam saber de tudo e por isso manifestam algum desleixo, acreditando não precisarem dispender tanto esforço. Ou seja: são meio preguiçosos. Chamei-o às falas:
- Você pode saber, mas sua professora e sua mãe querem que você faça os deveres.
Ele concordou e fomos em frente.
A certa altura, Laura, que brincava no quarto e observava minha luta junto ao irmão, aproximou-se e perguntou:
- Vovô, Pupu está fazendo o dever dele direito?
Mas eu fui duro com ela:
- Laura, vá brincar. Você não tem nada a ver com o dever de seu irmão. Na sua vez, você fez bobagem, não foi?
A menina, contudo, demonstrando seu amadurecimento psicológico bem precocemente, desconcertou-me e me fez rir quando respondeu:
- Vovô, nós podemos não falar disso agora?

(off) Com a cabeça

Dentre os vários mimos que a Mamãe Sal, tanto quanto Vovó Bia e a Dinda Nanda trouxeram para os meninos, havia uma presilha para cabelo com um simulacro de lápis preso, que coube a Laurinha. Ela usou esse acessório esta manhã para combinar com sua farda azul e branca e assim fazer a diferença na escola. Reparando no quanto a presilha caiu bem na menina, Vovó Bia a elogiou, de modo que Laura comentou:
- Agora vou poder desenhar com a cabeça!

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

(off) Medicina infantil

Laurinha me quer doente, embora não me queira mal. É o que descobri ontem, durante a viagem de volta para casa. No carro, minha netinha, certamente pensando ainda na pequena cirurgia que fiz nas costas, onde trago um curativo, dirigiu-se ao Papai Alexandre Lucas para explicar e justificar seus interesses para com a pessoa deste avô:
- Papai, eu não quero o Vovô morto nem bom, porque eu vou ser médica de pessoas e cuidar dele...

(off) Merenda

Esta manhã, antes de despachar as crianças - Pedro e Laura - para a escola, a Mamãe Sal tratou de preparar a merenda deles, arrumando nas respectivas merendeiras os biscoitinhos que trouxe do Chile. Na volta, vistoriando as mochilas da querida duplinha, Sal percebeu que os meninos não tocaram nos tais biscoitinhos e quis saber o porquê disso. Coube a Laura dar a explicação:
- Mamãe, nós não gostamos desses biscoitos, eles são ruins.
E então Pedro se apresenta para confirmar a irmã:
- É, nós não somos chilenos!

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

(off) Rotina da vitamina

Com a volta dos meninos, retornamos à rotina aqui em casa. No entanto, devido ao cansaço experimentado ontem, eu e a avó de Pedro e Laura dormimos um pouco de mais e por isso a dupla encontrou a porta fechada quando desceram esta manhã, já fardados para irem à escola. Mas ouvi as batidinhas e levantei depressa para recebê-los e lhes preparar a vitamina, enquanto eles aguardavam no sofá revendo as revistinhas que havia lhes comprado ontem. Depois de lhes entregar os respectivos copos, sentei-me junto deles, curtindo aquele momento depois de mais de uma semana de afastamento. Então Laurinha me entrega seu copo com um pouquinho de vitamina ainda e eu indago:
- Não vai tomar tudo, não?
A menina procura justificar seu procedimento:
- Vovô, esse canudo não deixa passar tudo!
Nisso, Pedrinho também me estende seu copo e também dá seu parecer:
- Eu concordo com ela!

(off) Coração folgado

Desde ontem à noite já está todo mundo em casa, tanto as mulheres, de volta do passeio ao Chile, quanto as crianças, Pedro e Laura, retornando da temporada de dez dias em terras feirenses, onde curtiram o frio do inverno e o da saudade. Fomos, Alexandre Lucas e eu, buscá-los na casa de vovó Mara, e Pedro, ouvindo movimento no portão de entrada, veio correndo de lá de dentro gritando "Papai!", mas fui o primeiro a entrar e ele estancou:
- Vovô Chico!
Abraçou-me e começou a se emocionar, falando "Que saudade!" e então sua voz embargou-se e lhe vieram as lágrimas. Era mesmo a hora de voltar.
Depois disso, cumprimentando minha comadre Mila, irmã de vovó Mara e tia Grácia, ela me contou que nesses últimos dias Pedrinho não falava outra coisa a não ser que não via a hora de ir para sua "casa própria", porque sentia seu coração apertado.
Mila me disse também que, ouvindo o irmão falar desse aperto no peito, Laurinha igualmente se pronunciou, de maneira um tanto quanto divertida:
- Tia Mila, um dia eu também senti meu coração apertado quando eu pensei em vovó Mara, então eu disse que era saudade. Depois, meu coração ficou folgado.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

(off) Saudade

Hoje, junto com Alexandre Lucas, o pai, fui a Feira de Santana visitar Pedro e Laura. Eles nos fizeram festa e também manifestaram a vontade de voltar para casa. Laurinha até chorou e foi a única a querer visitar a Bisa Margarida, minha mãe, apenas para ficar por mais tempo ao meu lado, ainda que preferisse mais ficar brincando na rede da casa de Mãinha do que se entretendo com as pessoas. Na volta para Salvador, contudo, tivemos que sair escondidos dela, para evitarmos o choro constangedor, primo-irmão do escândalo. Meu coração ficou partido...

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

(off) Temporada feirense

Os meninos - Pedro e Laura - já estão em Feira de Santana desde a manhã desta segunda-feira, para uma temporada de oito dias, uma vez que Mamãe Sal e Vovó Bia acompanharão Dinda Nanda, dindo Gabriel e minha comadre Angélica na viagem que farão ao Chile. E junto com Sal e o Papai Alexandre fui levá-los até a Princesinha do Sertão. Como vocês abem, eles adoram fica na casa de vovó Mara e tia Grácia (elas são tratadas assim, embora sejam irmãs), que também adoram quando eles vão para lá. Eles ficam tão à vontade que até se esquecem de que vão sentir saudades daqui. Desse modo é que Mamãe Sal achou graça quando nos preparávamos para voltar a Salvador e foi se despedir de Laura. A menina deve ter pensado que voltaria conosco e bradou: "Eu vou ficar!" Ficará, de fato, mas só até quarta-feira, quando as mulheres regressarão da vigem ao Chile...

domingo, 10 de agosto de 2014

(off) Carro desgovernado

Esta tarde, brincando com o Dindo Caio, Laurinha inventou de "dirigir" um carro imaginário, formado por três cadeiras: a da "motorista", a do "carona", ao lado da primeira, e a do passageiro de trás, que era Caio. Embora fosse um passageiro, meu filho também fazia as vezes de "motor" do "carro", reproduzindo os sons característicos, além de descrever as situações de trânsito. A certa altura do "passeio", a empolgação de Caio provocou tal pânico em Pedrinho que o menino desconfiou da habilidade da irmã ao volante e despongou do "veículo", exclamando:
- Eu vou é sair deste carro!...

(off) O som da princesa

Na volta para casa, após deixarmos o hospital, o Papai Alexandre ligou o som do carro para ouvirmos músicas selecionada num "pendrive". Dentre as atrações, ouvimos os blues do Djavan, sucessos do Rappa e de Nando Rais, além de um rock maneiro que Pedrinho adora - soube depois - e sobre o qual não registrei quaisquer referências. Mas se o menino esta feliz com a música, o mesmo não se deu com Laurinha, que abriu o berreiro no carro, para nosso estranhamento. Procurando saber o motivo do chororô, ouvimos de Laura esta explicação:
- Princesas não ouvem rock, só príncipes!

(off) Preocupação

Na sexta-feira passada precisei me submeter a um procedimento cirúrgico de urgência, para drenagem de um abscesso nas costas, e por isso passei o fim da tarde e o início daquela noite deitado numa maca de hospital, de bruços. Caio, meu filho, era meu acompanhante no fim de tudo minha filha Ananda fez-se presente, ao lado de Bia, minha esposa, para me recambiarem de volta a casa, a bordo do carro de Alexandre, pai de Pedro e Laura. Só faltou a Mamãe Sal, que teve de cumprir horário na escola onde trabalha.
Assim, quando deixamos a sala de curativos e nos dirigimos à Recepção do Hospital Tereza de Lisieux, os netos lá estavam a nos esperar, junto com o pai, e manifestaram a alegria em rever este avô, com o qual estavam preocupados, segundo as mulheres me disseram. Ao ver-me, Pedrinho correu ao meu encontro, abraçou-me a cintura e comemorou:
- Vovô Chico, você já está bom!
Laurinha, ao contrário do irmão, não saiu do sofá onde fingia dormir, mas fui até ela e a menina abriu os olhos, revelando então sua preocupação com esta pergunta:
- Vovô, você está bem?
Mais tarde, já em casa e devidamente acomodado em minha cama, sendo tratado como doente, minha netinha veio me ver e insistiu:
- Vovô, você tem certeza que está bem?

(off) Falsa tristeza

Ontem à noite, meu filho Caio, padrinho de Laura, fez-nos uma visita e relembrou um episódio muito engraçado protagonizado por Pedrinho. Disse Caio que uma das últimas vezes em que ele esteve a sós com o menino, Pedro lamentou-se acusando o que disse ser tristeza. Mas o tio tentou consolá-lo a partir de algumas observações:
- Você tem mãe?
- Tenho.
- Você tem pai?
- Tenho.
- Tem irmã?
- Tenho.
- Você tem avô e avó?
- Tenho.
- Você tem tio e tia?
- Tenho.
- E você tem motivo para estar triste?
O menino, que já meditava a cada resposta dada ao tio, é obrigado a reconhecer:
- Não, eu sou um ingrato! - e danou-se a chorar...

(off) "Le petit garçon"

Pedro pega um bloquinho de papel - aquele que Laurinha ganhou em sua última visita à Casa de Oração Bezerra de Menezes - Cobem - e, fingindo ser um garçom, vem me "servir", anotando meu "pedido":
- Bom dia, senhor, é hora do almoço. O que o senhor vai querer?
Claro que entro na brincadeira e tento ser o mais simples e direto possível:
- Quero um prato de arroz com ovo.
Mas Pedrinho corta meu "barato" querendo que eu seja mais específico:
- É matinal ou sem carne?

(Que diabos é "matinal"?)