terça-feira, 24 de dezembro de 2019

(off) Ele dorme...

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Um menininho dorme seu sono sossegado, aqui ao lado, e certamente sonha. É meu neto, Ulisses. E ele me faz recordar um outro menininho que uma vez dormia sobre um leito improvisado numa manjedoura. Esse menino também sonhava e procurou, ao crescer, realizar seu sonho de fazer feliz a Humanidade inteira apontando-lhe o caminho do despertamento.
Sonho com uma festa diferente, um Natal sem presépios, sem enfeites de parede nem luzes coloridas; um Natal que preserve as árvores no chão onde cresceram, sem velhinhos fantasiados de vermelho na ilusão de crianças (in)felizes. Sonho com um Natal que festeje realmente o aniversariante, que receba como presente um coração puro e mãos a serviço da fraternidade; um Natal sem mesas fartas, mas farto de pessoas ocupadas em não deixar nada faltar a quem tudo ainda falta.
Sonho com aquele menino da manjedoura sendo relembrado e atendido em suas propostas de amor e paz. E, enquanto sonho, tento ver esse menino nos três meninos que vêm alegrar meus dias. Sonho com Ulisses, com Laura, com Pedro... e sonho com outros meninos que são o sonho de Jesus: outros Pedros, outras Lauras, outros Ulisses.

Feliz Natal a todos!

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

(off) África na boca

É certo que Ulisses, meu netinho, conhece o significado da palavra afta e sua aplicação numa frase. No entanto, ele, aos quatro anos, ainda não sabe pronunciar tal vocábulo, o que entendi ontem à tarde, antes que ele saísse com a família para verem as exposições em cartaz na Caixa Cultural. Nesse momento, o menino, sentindo o incômodo na língua, gritou para Mamãe Ananda:
- Mamãe, eu estou com uma "África" na boca, quando aperto, a "África" dói!

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quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

(off) Poema para o Vovô

Vovô

Um homem radiante
Que me faz ser feliz
Um avô maravilhoso
Que vive feliz.

Ele pode não estar bem
Mas eu sei de algo
Quando ele melhorar
Irei pedir um abraço.


Esses versos singelos, vocês podem adivinhar, são da lavra de nosso premiado poeta caseiro, o querido Pedro Lucas. O interessante é que ele não quis me entregar a folha de papel onde grafou os versos. Foi sua mãe, minha filha Sal, que encontrou o poema e perguntou a Pedro por que não havia feito a entrega. O menino sorriu e respondeu:
- Eu nem achei tão bom assim!

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(off) Os presentes

Hoje eu e Tia Sal rimos um bocado com Ulisses. Como fosse meu aniversário e também o dia de confraternização dos companheiros do Centro Espírita, da qual não pude participar, algumas amigas se fizeram de estafetas trazendo lembrancinhas até mim. Vale registrar que pela manhã quase toda a família veio tomar comigo e Vovó Bia o café da manhã, trazendo junto um mimo que deixei no quarto. Assim, quando Ulisses voltou da escola, ele observou a sacola trazida do Centro e pediu para ver os presentes, embalados em dois pacotes diferentes. Após ver o conteúdo de cada invólucro, meu netinho comentou:
- Você ganhou três presentes!
Estranhei, pois só havia lhe mostrado dois e por isso perguntei, rindo muito com resposta que me surpreendeu somente porque a memória havia me traído:
- Qual é o terceiro, Ulisses?
- Aquele lá do quarto!

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(off) O dia dela

Hoje é o dia dela e decidiu finalizar sua primeira década entre nós entrando na "moda" das meninas de sua idade, que agora deram para usar esses óculos de aros redondos e grandes. Ontem, na volta da clínica onde ela tem consulta semanal com uma psicóloga, Pedro, que também teve de ir para não ficar só em casa, perguntou à irmã qual seu maior motivo de felicidade. A menina não pensou muito e declarou: "O celular." E logo em seguida complementou: "Assim eu posso falar com Joana." Certamente se referia a uma de suas coleguinhas da escola. Mas ouvindo a resposta de Laura, Pedro demonstrou surpresa: "Falar com Joana é a razão de sua felicidade?" A menina não se abalou com a observação do irmão e concluiu: "Uma delas."
Dez anos se escoaram como areia na ampulheta, rapidinho, e vejo os netos crescerem, se desenvolverem cada um à sua maneira, enquanto na velhice me sinto renovado na companhia deles, observando que cresço por dentro e dia virá em que estarei bem mais novo que eles, necessitando dos cuidados que um dia lhes proporcionei. Voltarei a ser filho de um deles, se assim a Providência Divina me permitir.

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(off) História curtinha

Há dez anos, eu fui à maternidade do Hospital Sagrada Família e lá tomei nos braços, pela primeira vez, um serzinho de pele ainda enrugada que mal abriu os olhos para me reconhecer e protagonizar minha segunda experiência como avô. Ainda assim, conversei com ela - sim, era Laurinha -, perguntando-lhe se trazia notícias de "lá".
Não demorou muito e as notícias vieram, revelando que somos espíritos velhos conhecidos que nos reencontramos, mercê da Divina Misericórdia, para apertar ainda mais os laços de afeto que um dia construímos.
Neste 2019 ela completou a segunda parte de seu ciclo entre nós e por isso festejamos a contento esse acontecimento. A festa foi ontem, 11 dezembro, na data exata de sua chegada a este mundo, embora lá atrás a Mamãe Sal fizesse o planejamento de só recebê-la no dia 12 daquele dezembro de 2009.
Mas Laura teve pressa e frustrou certas expectativas. Veio para dizer quem é e o que quer, razão pela qual tem chorado muito, ante a incompreensão dos adultos. No entanto, tudo é uma questão de tempo e a história dela por aqui só está começando...

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(off) Pedrinho em dois tempos

Esta tarde, meu neto Pedro me fez rir em duas ocasiões seguidas, com seus comentários jocosos. Primeiro, enquanto eu assistia um jogo na TV (Aston Vila 4 X 0 Liverpool - um prenúncio da partida de amanhã?), ele veio me dizer que possivelmente a banca de revistas do bairro já estava vendendo exemplares de uma de suas publicações favoritas. Então prometi a ele que nesta quarta nós dois iríamos verificar a situação. Nesse momento, Pedro deu um sorrisinho e comentou, para minha alegria:
- Não se destrói a esperança de uma criança, não se destrói a esperança de uma criança...
Algum tempo depois, ele e Laura estavam sentados à mesa, sendo servidos de cuscuz com ovo, que eles adoram, por Vovó Bia e Mamãe Sal quando as duas mulheres saíram da sala abruptamente para verem a novela no quarto. Pedro, sem se importar com que eu o ouvisse, comentou com a irmã:
- As mulheres não podem ouvir uma novela que já saem correndo. Você vai ser uma mulher assim, Laura?

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