quinta-feira, 21 de abril de 2016

(off) Enrolation

Não é de hoje que Pedrinho cantarola forçando um inglês que certamente só ele entende. Agora há pouco ele se deliciava nessa cantilena, enquanto esperava Mamãe Sal lhe servir um belo prato de cuscuz que Laurinha não aceitou. Ouvindo a voz de seu filho, Sal estranhou:
- O que foi que esse menino só canta em inglês agora?
Pedro dá uma interessante justificativa:
- Português é par velhinhos. Eu, agora, só vou cantar em língua inglesa, porque estou crescido.
Eu rio alto dessa explicação e futuco meu neto:
- Peu, quem inventou a língua inglesa?
Ele pensa que sabe e responde perguntando:
- Ué, não foram os ingleses?
Mas ele tem um avô provocador:
- Não foi a rainha da Inglaterra?
Pedro ri, por sua vez, e comenta:
- Esse é o Vovô Chico e suas piadas ótimas... e sem sentido!




quarta-feira, 20 de abril de 2016

(off) Matemática divertida


Acho que estou perdendo o bom conceito que construí perante Pedrinho. Digo isso refletindo acerca da dificuldade que por vezes encontramos ao tentar fazer conta de cabeça e nesses momentos recorremos aos dedos das mãos. Na tentativa de fazer com que ele visse que a coisa não é mesmo tão fácil, propus-lhe um truque quando voltávamos para casa, no domingo, após a aula de evangelização no Centro. Como é sabido e notório, nós temos 10 dedos nas mãos, mas mostrei a Pedro que, na verdade, eu tinha um a mais e provei minha teoria:
apresentei uma das mãos e comecei a contar em ordem regressiva, a partir do 10; desse modo, no último dedo cheguei ao seis e em seguida apresentei a outra mão somando com o seis os cinco novos dedos, resultando em 11.
- Entendeu, Pedro?
Mas meu neto, do alto de seus sete aninhos, não cai mais na minha astúcia e disparou:
- Vovô Chico, você é um perfeito piadista!

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Gaiatices ulissianas

Minha carinha de menino sapeca diz que já tenho 10 meses, quatro dentinhos e uma vontade imensa de aumentar minhas gaiatices, ao lado de meu dindo, Caio, e do meu primão, Pedro? Pois é, eu vim para as grandes aventuras, conforme meu avô acredita...



(off) Cinema


- Vamos brincar de filme?
Laurinha topou na hora o convite de Pedro, feito enquanto se divertiam com as pecinhas do jogo Lego, logo após o almoço. E a menina, então, pôs-se a fantasiar:
- Eu era apenas uma menina normal no início do filme. Depois eu tocava numa borboleta e virava uma super heroína, mas eu já sabia!
De cá do meu canto, ouvindo a conversa dos netos, que não podia ser mais alta porque Ulisses dormia, não resisto a uma risada - que não podia ser uma gargalhada porque Ulisses dormia...

sexta-feira, 8 de abril de 2016

(off) Ponga


Já é tradição os meninos - Pedro e Laura - dormirem na casa dos avós uma vez por mês, na data do desaniversário de cada um deles - respectivamente, nos dias 10 e 11. Nesta sexta-feira, 8 de abril, quem passará a noite com este Avô e Vovó Bia é Ulisses, também pongando no privilégio concedido aos primos. Acontece que ele também nasceu num dia 11, assim como Laurinha, e vemos que não é possível trazer os dois ao mesmo tempo, porquanto Ulisses ainda é um bebê. De qualquer modo, será a primeira vez dele e principalmente eu estou muito curioso sobre como será esta noite com nosso menininho aqui...

(off) Como é?


Laurinha está se ensaiando para uma possível atividade feminista no futuro, o que quer dizer que minha neta se exercita na rebeldia questionadora, o que deixa Mamãe Sal por vezes impaciente. Agora há pouco, mesmo, Laura, porque implicasse com a comida no prato, fez mais uma cena que desgostou os adultos presentes. Assim, após tê-la posto de castigo, isto é, dar-lhe alguns minutos para reflexão acerca do próprio comportamento, o que naturalmente ela desperdiça entregando-se ao pranto, pedi-lhe que tomasse um banho e, depois, sentamos os dois frente ao prato e lhe dei a comida na boca. Ela aproveitou para fazer uma "queixa":
- Vovô, de manhã Mamãe ligou a televisão e ficou assistindo; quando eu e Pupu quisemos ver também ela mandou a gente desligar. Será que ela pensa que a gente é mordomo dela?
Claro que procurei desfazer essa imagem da mente em formação de minha neta, dizendo-lhe que ela e o irmão eram filhos e por isso deviam obediência à mãe - e Laura assentiu:
- Ah, você disse tudo!

domingo, 3 de abril de 2016

(off) Amor


Meu neto Ulisses e eu temos uma história que transcende o momento presente, mas é exatamente neste que experimentamos, eu e ele, as manifestações de carinho que costumam caracterizar aqueles que verdadeiramente se amam. É sabido que os bebês atraem muito facilmente nossos gestos de devotamento, beirando o desapego, ou seja: damo-nos ao cuidado com eles com alguma abnegação, frequentemente. Mas o que dizer quando somos o objeto dessa solicitude por parte de quem na verdade está aí para receber de nós, quase que unicamente? Pois ontem, quando cheguei em casa para o almoço, meu netinho, que tem só nove meses, já estava recebendo a alimentação dele, das mãos da devotada Mamãe Ananda. Assim, cumprimentei Ulisses com um beijo na testa e fiquei ao lado dele, incentivando-o a comer. Nisso, ele põe a mão na boca e tira um pouco de comida e o oferece a mim. Surpreso, admirado e feliz, aceitei a oferta, impressionado com o gesto do menino!