sábado, 26 de setembro de 2015

(off) A vez dos avós


A escola em que Pedro e Laura estudam realizou neste sábado a comemoração do Dia dos Avós, que transcorreu no mês de julho. Desta vez, nós, os homenageados, tivemos de ser paramentados com capas e tiaras alusivas ao tema da festividade: éramos os super heróis na visão dos netos - e dos professores! Dava para desconfiar que também alguns de nós poderiam, em dado momento, subir ao palco das apresentações para pagar... uma prenda, que micos quem paga são os mais jovens. Preocupada com essa possibilidade, uma das vovós presentes teve a perspicácia de perguntar a uma das coordenadoras da apresentação:
- Minha filha, o que nós vamos fazer com essas capas?
Com bom humor, a representante da escola tranquilizou-a:
- Não se preocupe, vocês não vão voar!

***

Então sentamo-nos todos para esperar e apreciar a performance de nossos artistas mirins e nesse momento os olhares adquirem novo brilho, o sorriso se cristaliza nos lábios e as faces ornadas por cabelos brancos ou tingidos são a expressão da alegria, uma alegria que volta e meia se manifesta em palmas efusivas. E eles cantaram. E encantaram. A turma de Laurinha saiu-se bem com a adaptação do novo sucesso de Seu Jorge, afirmando que "felicidade é saber que eu tenho a companhia da vovó e do vovô". Já Pedrinho e seus coleguinhas recorreram a uma produção original e perguntavam, para intuirmos a resposta óbvia: "Quem é que deixa fazer tudo que a mamãe nunca deixou?".
Nosso menininho, que gosta muito dessas ocasiões, manifestou, logo cedo, alguma preocupação com sua participação no palco, pois que amanhecera tossindo, externando-se com esta indagação:
- Como é que eu vou cantar com a voz assim?
Se eu soubesse o que observaríamos dali a alguns minutos, junto com a Vovó Bia, teria brincado a caráter com meu neto dizendo assim: "Este é um trabalho para o Super Vovô!". Mas o que fiz foi abrir o pote de mel com própolis e dar uma colherada tanto a ele quanto a Laura, que depois cantaram muito bem. As capas, é bom dizer, nós as trouxemos para casa, onde podemos voar em companhia de nossos pequenos...

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

À hora de dormir

Na qualidade de avô, eu não só agradeço a oportunidade de conviver com os netos como me divirto muito observando o modo como eles se comportam, principalmente quando sequer suspeitam que são observados. Ultimamente, tenho ficado com Pedro e Laura até a hora em que eles vão dormir e por vezes acompanho a prece que fazem ao recomendarem-se a Morfeu, ocasião em que posso dar alguma contribuição principalmente a Laurinha. Ela costuma orar o Pai-Nosso antes e depois faz pedidos em prol dos familiares, os coleguinhas e dos amigos. Para si própria, ela faz uma solicitação muito especial:
- Papai do Céu, faça que eu seja uma menina muito educada...
Na primeira vez em que ouvi isso, achei interessante essa petição porque minha neta não tem sido um modelo de comportamento, então aproveitei a chance para ministrar-lhe uma lição, dizendo a Laura que Deus só atenderá esse pedido se ela fizer sua parte obedecendo à Mãe e ouvindo as ponderações dos adultos. Ela pareceu compreender.
Creio ter sido ainda nessa noite que também acompanhei a oração de Pedrinho, que dorme na parte alta de um beliche e não percebeu, nesse dia, que este Avô o espreitava. Assim como Laura, meu neto igualmente faz seus pedidos após rezar o Pai-Nosso e quase perturbo seu momento de conversa com o Criador porque então ele se embatucou com os termos que queria utilizar e saiu-se magistralmente, fazendo-me rir em silêncio, assim:
- ...Eu também queria... ah, é... seja lá qual for a palavra... (e concluiu sua prece).


segunda-feira, 21 de setembro de 2015

(off) Manhã no Dique


O programa dominical da família, desta vez, aconteceu no Dique do Tororó, que aos domingos tem a pista de uma das margens fechada para o tráfego de veículos e assim uma série de eventos têm lugar naquela parte aprazível da cidade. E só fomos porque o Departamento de Infância e Juventude do C. E. Deus, Luz e Verdade programou para esta data a Caminhada da Paz, fechando assim a programação do Encontro de Juventudes pela Paz (Jepaz). Fomos todos, Vovó Bia, Mamãe Sal e este avô, para acompanharmos Pedro e Laura, que lá encontrou os companheirinhos das aulas da Evangelização Infantil e os respectivos pais, vivenciando um momento de confraternização. Cumpre dizer que Laura se divertiu muito mais que Pedrinho, que só queria uma coisa: alugar uma varinha para pescar nas águas poluídas da lagoa, tanto que numa dessas vezes em que tive de resistir bastante para demovê-lo dessa intenção, meu neto resmungou:
- Quando eu crescer, vou ser pescador!...

(off) Crítica musical


Não foi só Pedrinho que resmungou no domingo que passou, quando participamos da Caminhada da Paz promovida pelo Departamento de Infância e Juventude do CEDLV no Dique do Tororó. Laurinha também implicou com uma das músicas que os demais participantes da caminhada entoavam durante o percurso. A tal canção era aquela do grupo Jota Quest que fala da despreocupação com o medo porque o poeta-compositor está indo na direção do sol. A menina certamente não prestou atenção na primeira parte da letra, porquanto à sua volta só repetiam o refrão e por isso ela reclamou:
-Que música doida, só tem isso: "onde tenha sol é pra lá que eu vou"!

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

(off) Abertura


Um dia depois da comemoração de seu aniversário na escola, Pedrinho continua recebendo lembrancinhas dos colegas e por isso chegou em casa, no fim da manhã de hoje, com a mochila um pouco mais pesada. Mamãe Sal foi ajudá-lo a desfazer os pacotes e nosso menininho, cheio de entusiasmo, referia detalhes de cada presentinho. Mesmo entretido no computador, não pude deixar de prestar atenção à conversa, deliciando-me com a desenvoltura de meu neto, que me fez gargalhar ao fazer este comentário:
- Olhe, Mamãe, este presente quem me deu foi Maria Cecília; eu nunca vi Maria Cecília tão aberta!

(off) Aula de línguas

Mamãe Sal ficou toda "fusquinha" ao ouvir Laurinha declamar um poeminha no qual expressa o "eu te amo" em vários idiomas. Eu já tinha observado esse desempenho de minha neta, mas me submeti outra vez à audiência para me motivar a escrever esta notinha. O engraçado é que Laura pronuncia as palavras como se estivesse realmente falando as línguas estrangeiras, arremedando sotaques. Eis o poema na recitação da menina:

Io te amo em "italeano"
I love you em inglês
aishiteru é no Japão
e eu te amo em português.


Ulisses e o Vovô




(off) Surpresa!


Uma coleguinha esqueceu de entregar o presente de Pedrinho na festinha realizada na escola para comemorar seu aniversário. Ontem, ela e sua mãe vieram aqui, na casa de Mamãe Sal, Pedro e Laura, para fazerem a entrega, porque essa coleguinha, Maria Júlia, insistira nesse procedimento. O presente foi um belo boné vermelho com uma chamativa figura do Homem de Ferro escolhido, certamente, pela mãe de Maria Júlia. Esta, contudo, não ficou nada contente com a opção materna e estrilou:
- Não, mamãe, Pedro Lucas não gosta disso, ele só gosta de coisas do Bob Esponja!
Pois bem; quando chegaram aqui e entregaram o boné a meu neto, Pedrinho fez "aquela" cara de surpresa e felicidade e declarou, perguntando à coleguinha:
- Que lindo! Adorei! Como você sabia que era isso o que eu queria?

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

(off) Hora do discurso

Para não deixar a data passar em branco, Mamãe Sal preparou uma festinha em casa mesmo para marcar o sétimo aniversário de nosso querido Pedrinho. O menino, com o direito de expressar sua opinião, disse que queria ser surpreendido:
- Quero chegar e dizer "oh!".
Pois então tentamos, toda a família, satisfazer essa vontade dele, embora não compreendêssemos que surpresa ele teria uma vez observando os preparativos se realizarem com uma semana de antecedência. No dia marcado, este avô e o dindo Gabriel, pai de Ulisses, levamos Pedro para almoçar fora, com a incumbência de só voltarmos em cima da hora para sua festinha. Chegando em casa, já arrumado na casa da Dinda Ananda, nosso menino, ao ver todo o arranjo na sala de sua casa - um belo painel temático, a mesa do bolo e dos doces representando aspectos da Fenda do Biquini, onde vive o tal Bob Esponja Calça Quadrada (sugestão do próprio Pedro) - meu neto - contou-me Mamãe Sal depois - jogou-se no chão, fingindo desmaiar de emoção, porquanto emocionado estava, de fato, e Sal até percebeu os olhos lacrimosos do garoto.
Vários amiguinhos vieram cumprimentá-lo e por isso na hora dos parabéns eles exigiram discurso e Pedro não se fez de rogado. Dentre outras, ele disse estas palavras, orgulhando os adultos e provocando gargalhadas no final:
- Estou muito feliz por vocês virem à minha festa e daqueles que não me convidaram (ele quis dizer aqueles que não puderam atender a seu convite) eu tenho pena por não verem esta festa muito bonita que minha mãe fez...


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

(off) Sete


Ontem à noite, enquanto Pedro brincava lá fora com seu amiguinho João Alexandre, eu tentava escrever um texto com o qual pretendia homenagear meu neto pelo transcurso de seu sétimo aniversário, que festejaremos hoje. Mas logo Pedrinho veio para perto de mim e João o acompanhou, ficando os dois observando o movimento de meus dedos no teclado. Então Pedro me interrompeu para perguntar:
- Vovô Chico, você está escrevendo para você mesmo?
Entrei na dele e confirmei a assertiva, para ouvi-lo cochichar com João Alexandre, fazendo-me gargalhar:
- Ele gosta de elogios!

***

É esse o menino que se despede de sua primeira infância, encerrando com toda graça seu primeiro ciclo de sete anos e disposto a começar o próximo com todo afinco. Como se sabe, cada indivíduo vive etapas de amadurecimento biológico de sete anos até tornar-se adulto, lá pelos 21, quando se espera que esteja maduro também psicologicamente, manifestando principalmente responsabilidade perante a própria vida.
Os espíritas sabemos que nesse primeiro ciclo o espírito começa a viver sua encarnação propriamente, consolidando no segundo, aos 14 anos de idade, seu processo de reencarnação no planeta, para mais uma experiência marcada por fortes provações.
Pedrinho sabe que contará conosco, seus familiares e amigos, em tudo que seja necessário para o sucesso de seus empreendimentos na carne. Quanto a nós, que nos esforçaremos por colaborar com os esforços dele, sabemos que as alegrias desse convívio serão sempre maiores que as compreensíveis e talvez necessárias turbulências decorrentes da vida de relação, de modo que desde agora confessamos a felicidade de tê-lo de novo conosco, porquanto já estivemos juntos num passado que não sabemos precisar...
- Deus o abençoe, Peu, nosso Pedrinho, o Pupuzinho de Laurinha.

(off) Paciente e médica


Quando cheguei em casa, de volta do trabalho de atendente fraterno no Centro Espírita Deus, Luz e Verdade, Vovó Bia me pediu para vir à casa de nossa filha Sal porque Pedro tinha vomitado a noite toda. Mas encontrei o menino muito bem e Mamãe Sal confirmou essa condição, pois Pedrinho parecia haver melhorado. Logo, ele foi brincar com a irmã, Laura, no quarto desta, e se alojou entre as almofadas da cama de minha netinha. Atenciosa, a menina ajeitou a cabeça do irmão e dispô-se a cobri-lo com um lençol. Observando a cena, Sal e eu sugerimos que Laura estava atuando como médica junto àquele "paciente" e a minha neta entusiasmou-se:
- Mamãe, você pega meu "tetescópio"?

(off) Dodói de novo


O domingo foi um dia com Pedro prostrado por uma virose, mas meu netinho, apesar de magrelo, é um menino forte e logo se restabeleceu. Agora é a irmã, Laura, quem está prejudicada por um ser infinitamente menor que ela, o tal do vírus que ninguém sabe o nome. Ela já chegou enfraquecida na casa dos avós e quase não quis tomar a vitamina. Também não se sentia disposta para ir à escola, mas não atinávamos com a razão da moléstia e a fizemos embarcar no carro de tia Marilene. Quando voltei para casa, à tarde, Mamãe Sal me contou que a menina havia vomitado na escola e teve de ser recambiada para casa. Antes disso, ela chorou e a professora a inquiriu:
- Por que você está chorando?
E ela deu esta resposta, para rirmos um pouquinho:
- É que toda vez é isso: depois de meu irmão é sempre a minha vez!...

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

(off) Gargalhada

É sabido que os bebês riem desde que nascem para a luz do mundo (assim nos parece) e só escancaram esse riso lá pelo terceiro mês. Pois bem, nosso pequeno quão belo Ulisses ainda vai completar essa marca e anteontem, observando as patacoadas que os primos Pedro e Laura faziam para diverti-lo, divertindo-se ambos também, nosso netinho caiu na gargalhada, a primeira com sonoridade que ele pôde manifestar. Eu não estava presente, nem Vovó Bia, mas a Tia Sal me contou que o surpreso e orgulhoso Papai Gabriel tentou gravar a performance de Ulisses e ligou seu smartphone. Mas o menino, ao ver a câmera voltada para ele, simplesmente negou-se a continuar a brincadeira, reguardando-se em sua decisão de não ser uma celebridade...