sábado, 30 de agosto de 2008

Poesia

13
Vou lhe dizer: eu sou Pedro
O inaugural, a base
Onde tudo se assenta
- o alicerce, a mobília
A pedra de se assentar
A razão própria da vida
O existir da família
Desde o lado de lá!

14
Abre-se-me o coração
E o amor em Pedrinho
Ganha o mundo
Transformando-me no que sou: avô!
Mágica palavra, divina condição
- a de ser um perene pai.
Avô – e mais não sou, sendo tudo!

15
...que eu jogo o jogo da pedra
Rimando pedra e Pedrinho
Jogando pedras a esmo
Fazendo o meu caminho
Comigo caminha Pedro
Jogando pedras no ar
As pedras caem sobre mim
E me fazem também voar...

Poesia

9
Corro os olhos pela campina
E os pés danam a correr também
E se os pés chegam primeiro
Os olhos vão muito mais além...

10
Vamos, Pedrinho, brincar
De pique-esconde
Num lugar, lá não sei onde
Onde se brinca a valer
Vamos brincar de avô e neto
Um dos dois – o mais esperto
Leva o outro pela mão
E se logo entardecer
E o dia se despedir
Vem bem juntinho,
Abraça o avozinho
E faze-o dormir...

11
E vissem essa criança
Pedro
E nela enxergassem o que
Vejo
E diriam, e fariam coisas
Distantes dessa verdade
Que em Pedro não se nota
E é que ele é – somente
E nada mais – só Pedro

12
Da natureza da pedra
Reconheço sua dureza
Que não é durabilidade

Pedras não são perenes
Não pensam na eternidade

Pedras não ganham tempo
E, no entanto, Pedro...

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Nova homenagem a Pedro (*)

Quando nosso Pedro andava lá pelo quinto mês de gestação, no estojo luxuoso do ventre de Sal, veio Gabriel com uma lembrança musical que só quem é do ramo poderia trazer. É que Gabriel é músico, toca numa banda e por enquanto é um quase-genro. Olha só o que ele notou: que os Novos Baianos gravaram uma música chamada "Quando você chegar", originalmente homenageando o primeiro filho de Pepeu Gomes e Baby Consuelo. A sugestão de Gabriel logo conquistou todo mundo aqui em casa e a música dos Novos Baianos, composta por Galvão e Moraes Moreira, é agora "propriedade" de nosso Pedrinho...

Quando você chegar, é mesmo que eu estar vendo você.
Sempre brincando de velho, me chamando de Pedro,
me querendo menino que viu de relance.
Talvez um sorriso em homenagem à Pedro.
Pedro do mundo dum bom dum bom dum bom...

Fique quieto que tudo sana. Que a língua portuguesa, a língua da luz.
A lusitana fez de você o primeiro guri.
Meu guri, meu gurizinho.
Água mole em pedra dura, pedra pedra até que Pedro.


(*) Tirado do blog Música no Elevador (coisasaudiveis.blogspot.com).

palavra do papai

É meia-noite e cinqüenta e cinco minutos e me veio a inspiração....
Pedro...
Este é o nome do meu filho.
Quero aqui registrar através destas palavras o que já sinto por ele...
Eu começo reconhecendo que amor não é facilmente traduzido em palavras, mas em gestos de carinho, por isso expresso o amor pelo meu filho da mesma forma que ele me responde, através de um chute...
Chute em tudo que eu considero ruim pra ele.
Chute em tudo que meu coração perceber que o fará mal.
Chute em tudo que possa machucá-lo.
Chute em tudo que possa fazê-lo chorar.
Chute em tudo que ele não gostar.
Talvez os leitores se perguntem: Mas por que “chute”?
Eu respondo porque é a resposta mais eloqüente e sublime que ele me dá a todas as nossas conversas.
Enfim digo: Vamos Pedrinho, vamos chutar as pedras do nosso caminho.
E que Deus o ilumine sempre, meu filho.

Quarto azul


Meu quarto! Minha cama! Tá certo, é só um berço, mas é nele que eu vou dormir e passar uma boa parte de minha vida, no início. O baú de meus brinquedos foi minha Dinda que pintou. Ela até colocou rodinhas! E é nessa poltrona lindona que minha mãe vai me dar de mamar!

Preparação


Olha algumas de minhas roupinhas! Minha Dinda, se achando, pintou a camisa azul com estes dizeres: "Você me acha o máximo? Isso é porque você não conhece minha madrinha!" Não é o máximo?

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Poesia

5
Será Primavera que trará nosso Pedro
Embalado em flores
Perfumado menino.
Heróis de gibi assentados na pedra
É certo que irão lhe prestar reverência
Os reis da magia, das terras do sonho
Também querem vir
No serão da ciência
(falo baixinho que Pedro lê livros
E deles retira as letras todinhas
Para pô-las, traquinas, em sua panela
Onde há tempos prepara
Uma pétrea sopinha...)

6
Um menino, um Pedro - Pedrinho
agora um netinho
vem para nos alegrar

Promessa de vida
renovada espera
mais que concreta quimera
que já vai chegar

Que venha nosso Pedrinho
porque muito carinho
ele vai receber
dos pais, dos avós
dos tios, da prima...
de quem aparecer...
7
Penso na pedra envolta em mistérios
Ensimesmada esfinge
Carregada de signos e sortilégios
Medito no oculto significado de sua identidade
E decifro seu segredo
:Pedro.
Recolho os novelos
- arguta pedra
Que em Pedro se mescla, incontida
E, misturada, referenda os desígnios
E ganha em si novos contornos, plurais
De sabida estátua:
E Pedro ri.

8
Meus pés descalços transitam
A superfície lisa da pedra,
Sem medo de escorregar.
Pedro me vê e – sem medo
Faz a pedra levitar...

9
Corro os olhos pela campina
E os pés danam a correr também
E se os pés chegam primeiro
Os olhos vão muito mais além...

10
Vamos, Pedrinho, brincar
De pique-esconde
Num lugar, lá não sei onde
Onde se brinca a valer
Vamos brincar de avô e neto
Um dos dois – o mais esperto
Leva o outro pela mão
E se logo entardecer
E o dia se despedir
Vem bem juntinho,
Abraça o avozinho
E faze-o dormir...

Poesia

1
Ante a coreana chinesinha
De japonesa estampa,
Asiática figura
De tailandesas formas
- meu coração tartamudeia!
Mas Pedro ainda nem sonha!

2
Quem, de menino, assim pensante
Assim um Pedro, um Pedrinho
Ficaria infenso, alheio mesmo
Como se doce não fosse,
Ante a doçura na moça
A lata do leite Moça?

3
Parece que aos olhos de Pedro
Menino que dorme em Sal
Transcorre umas cenas, um quadro
Que só imaginar se consegue.
Parece que Pedro me vê,
Parece que me fala e me ouve,
Parece que a avó dele some
Quando não se fala de Pedro
Parece que tudo é Pedro
Que tudo é de Pedro, parece.

4
Das histórias de Pedro
Desde o comecinho
Vem junto uma pedra
Um passo, uma ponte, um caminho
Uma que beira-d´água
Uma luz, um rabisco
Um toco de lápis, papel
Um poema, um pouco de amor
E muito chão de invenção

Apresentação


Eis Pedro, o primeiro.

Que veio por último (por ora) para colorir ainda mais o nosso clã.

É o primogênito, é o aguardado - já guardado para sempre em nossos corações.

E vem com tudo o que tem direito: xodó dos avós, bem-querer dos tios e o peito
aberto dos pais.

Vem trazer paz a todos nós.

Eis Pedro, o primeiro... pois Deus quis assim, fazendo-o surgir para mim em sonho, ainda antes de nascer... com um sorriso tão lindo que tô doido pra ver. Pedrinho, menino, nós amamos você.


(Caio Muniz, 15-05-2008)

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Eis que chego! 


Estes são meu pai, de cuja essência fui gerado; e minha mãe, em cujo ventre me abrigo. Mas não venho deles: venho através deles para ocupar um lugar no mundo, para realizar experiências a fim de aprender mais e, dentro do possível, ajudar meus pais na transformação deste mundo...
Ah, o velho de cabeça branca é meu avô.
Ói eu, Terra!