sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Novo ciclo de Pedro



"Quando você chegar" (letra abaixo) é o título de uma bela canção dos Novos Baianos que festeja a vinda de um certo Pedro. Há 14 anos ela foi lembrada, creio que por Gabriel, o pai de Ulisses, por ocasião do encantamento que tomou toda nossa família ante o nascimento de Pedrinho, nosso primeiro neto.
A chegada deu-se no dia 10 de setembro de 2008 e a festa dos corações em torno de nosso menino se repetirá neste sábado, quanto Pedro completa seu segundo ciclo de vida espiritual na matéria (a contagem é feita, cabalisticamente, a cada sete anos), consolidando sua reencarnação.
No domingo, quando saímos juntos para um programa avô e neto, perguntei a ele qual era a palavra que lhe vinha à mente ante essa efeméride e meu garoto não titubeou: "Responsabilidade!" Sim, meu neto está amadurecendo e tem sua adolescência naturalmente marcada pelos conflitos próprios dessa fase, durante a qual todos nós, seus familiares, temos de desempenhar vários papéis junto a ele e à irmã, Laurinha, a fim de acompanharmos seu crescimento, dando-lhe afeto, apoio, conselhos e compreensão.
E ante os embates decorrentes desse período, que provocam conflitos e sofrimento, só podemos dizer a ele, repetindo os Novos Baianos em sua composição, esta frase: "Fique quieto que tudo sana"!
Quando Você Chegar
Novos Baianos
Quando você chegar, é mesmo que eu estar vendo você
Sempre brincando de velho
Me chamando de Pedro
Me querendo menino que viu de relance
Talvez um sorriso em homenagem a Pedro
Quando você chegar, é mesmo que eu estar vendo você
Sempre brincando de velho
Me chamando de Pedro
Me querendo menino que viu de relance
Talvez um sorriso em homenagem a Pedro
Pedro do mundo dum bom dum bom dum bom
Fique quieto que tudo sana
Que a língua portuguesa, a língua da luz
A lusitana fez de você o primeiro guri
Meu guri, meu gurizinho
Água mole em pedra dura, pedra pedra até que Pedro

sábado, 3 de setembro de 2022

Perplexidade




Ontem, tendo que acompanhar Pedro numa consulta, Mamãe Sal deixou Laura e Ulisses aqui em casa e ambos tinham a incumbência de cumprir os respectivos deveres escolares. Laura tratou logo de se desincumbir de suas tarefas para ocupar-se com um joguinho online com uma coleguinha e então sugeri a Ulisses que fizesse o mesmo, antes que chegasse a hora da merenda.

Meu neto mais novo não se fez de rogado e tirou seus livros e o estojo de lápis da mochila e pôs mãos à obra, ocupando a mesinha de centro.

Menos de uma hora depois, vejo-o guardando o material e peço para ver o que ele havia feito. Abrindo o diário escolar, ele me diz onde devo fazer a supervisão, nos livros de Português e de Ciências, além do de Reforço. Confiro as tarefas, reclamo da caligrafia, ordeno que ele corrija um termo e até me surpreendo com o que me pareceu um erro num dos livros. Comento isso e Ulisses me diz que está daquela maneira no livro da professora.
 
Com os olhos fixos nos exercícios, continuo falando e sugiro ao menino que diga à professora dele que aquilo que observei estava errado. Quando levanto os olhos, vejo Ulisses com um ar perplexo olhando para mim, como se pensasse "quem ele pensa que é para dizer que minha professora e o livro dela estão errados?"