quarta-feira, 28 de outubro de 2015

(off) Matemática

Na última vez em que Pedro e Laura estiveram no Centro Espírita onde trabalho, para tomarem o passe e também participarem das atividades da Evangelização Infantil, a tia Joselita perguntou como meus netos estão na escola. Em resposta, Pedrinho disse adorar todas as disciplinas, menos Matemática. Joselita riu, mas tentou fazê-lo compreender que a Matemática é importante e está presente em nosso cotidiano. Mas Laurinha aproveitou o momento para exibir seu conhecimento dos números e começou a dobra os valores a partir do dois mais dois e só parou no 256, após duplicar 128. Joselita riu mais ainda, junto comigo e, para não ficar para trás, Pedro lançou um desafio à irmã, deixando patente sua argúcia e contradizendo sua ojeriza à matéria:
- Então me diga quanto é dois menos quatro!

  

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Na casa de Bisa

Como Vovô Chico se esqueceu de noticiar aqui, eu faço as vezes dele e digo que na quinta-feira passada ele e Vovó Bia acompanharam Dinda Nanda e dindo Gabriel na visita de apresentação de meu priminho, Ulisses, à nossa Bisa Margarida, em Feira de Santana. Laura e eu não fomos porque tínhamos de ir à escola e também porque não cabíamos no carro. Mamãe também não foi, pois tinha de cuidar de nós dois, filhos dela. E eles só voltaram quase de noite, dizendo que Ulisses gostou muito de Bisa, que é mãe de Vovô Chico, tanto quanto se divertiu com as gaiatices de nossas tias-avós Ana e Kátia, rindo muito com elas. Também levaram nosso primo para ver vovó Mara e tia Gal, que já o conheciam mas ficaram muito contentes em revê-lo. Deve ter sido um dia muito divertido para eles, porque para nós só teve a saudade... e os deveres de casa.


(off) No circo

Vovó Bia aproveitou uma promoção e levou Pedrinho ao circo ontem à tarde; Laurinha foi junto porque tinha também uma "pramocinha". E voltaram para casa, à noite, como se tivessem estado da casa do priminho, Ulisses, que ainda não tem idade para apreciar esses espetáculos. Perguntei-lhes se haviam gostado, se viram os palhaços e os malabaristas, o mágico e os trapezistas. Pedro foi enfático:
- Nós gostamos mais do Globo da Morte!
Dado o espírito aventureiro de meu neto, não estranhei, mas voltei a indagar, voltando ao passado e imaginando as perigosas manobras dos ases da motocicleta naquele reduzido espaço circular:
- Não foi assustador?
Mas não era essa a opinião de meu netinho:
- Não; foi incrível!
Sobre os palhaços, Pedrinho disse-me apenas que eles chamaram ao picadeiro dois homens e uma garota para ajudarem nas palhaçadas...
Mais tarde, conversando com Vovó Bia, ela me confidenciou que não valeu tanto a pena levar os meninos ao circo, porque a toda hora eles pediam para irem embora...


sexta-feira, 23 de outubro de 2015

(off) Caçador

A turma de Pedrinho vai representar em palco a história do Chapeuzinho Vermelho e tanto ele quanto os coleguinhas estão ensaiando seus papeis. A meu neto coube o importante papel do Caçador. Foi Vovó Bia quem externou a conversa que teve com o menino acerca desse trabalho, entabulando com ele um interessante quão divertido diálogo:
- O que você vai fazer na peça, Pedro?
- Eu vou ser o caçador!
- E o que faz o caçador?
- Ele mata o lobo.
O lobo em questão será representado por nosso já conhecido Samuquinha, razão pela qual Pedrinho, que ainda não conhece a historinha russa "Pedro e o lobo", de Sergei Prokofiev, gritou:
- Eu vou matar meu melhor amigo!
Vovó Bia conteve o riso e voltou a indagar:
- E você tem alguma fala nessa peça?
Nessa hora meu neto foi mais engraçado ainda ao responder:
- Tenho! Eu vou dizer "pá... pá... pá"!


quinta-feira, 15 de outubro de 2015

(off) Creche

Assim estava a casa deste Avô hoje, desde cedo, quando Pedro e Laura chegaram e a eles se juntou Alice, a filha da "mulher do transporte". Como o Prof. Alexandre Lucas, que também atende pelo qualificativo de pai de meus netos folgava hoje e veio buscar os meninos, depois foi a vez dos pequeninos, porquanto os bebês Miguel, filho de minha afilhada Laiz Pereira, e meu terceiro netinho, Ulisses, preencheram a lacuna deixada pelos mais velhos. Arranquei risadas dos dois e de Ulisses ubtive até mesmo algumas gargalhadas, que ele já consegue dobrar o riso, em seus quatro meses de experiência terrena...


terça-feira, 13 de outubro de 2015

(off) Janela



Mamãe Sal levou Laurinha, ontem, para o evento pop-axé-carnavalesco-infantil batizado de Sarau Kids, sob a batuta de Carlinhos Brown. Junto com elas foram também a coleguinha Luna e sua mãe, Mônica. O resultado, sem qualquer demérito para a atração de nosso cantor-compositor, foi a abertura de uma janelinha entre os dentes de leite de Laura, que voltou para casa com seu sorriso levemente comprometido...

(off) Anjinhos

Quando Laura e Pedro ainda eram bem novinhos, mas já sabendo falar, nós lhes ensinamos a orar o Pai Nosso, tanto na hora de dormir quanto durante nosso culto doméstico do Evangelho, com a família reunida em torno do terceiro livro a Codificação Espírita. Hoje, passados cerca de quatro anos, vemos nossos netinhos disputarem a primazia de abrir os trabalhos fazendo a prece inicial, porquanto talvez não achem estimulante fazer a oração no fechamento das atividades. Mas o que quero relatar aqui, como Avô ciente de seus deveres e desejoso de que eles aprendam o que realmente seja útil à economia espiritual, é que há duas semanas minha filha, a Mamãe Sal dessa duplinha amada, não tendo com quem deixar os meninos, levou-os à Casa Espírita que ela frequenta. Lá, os trabalhadores pediram a Pedro e Laura que fizessem a prece e os dois, em uníssono, recitaram o Pai Nosso, para encantamento dos presentes. Um desses trabalhadores, médium vidente, declarou a Sal que, por trás de meus netos, havia outras crianças, no Plano Espiritual, acompanhando a oração, como num coro de anjos...


segunda-feira, 12 de outubro de 2015

(off) Perguntas

Laurinha para de escrever numa cadernetinha para me indagar:
- Vovô, por que as meninas não podem ir para um casamento usando calça e tênis.
Começo por explicar que a cerimônia de casamento, por mera convenção social, é uma festa de gala e por isso as pessoas devem usar uma roupa compatível com o momento.
Então minha neta pede vênia:
- Peraí: primeiro, o que é gala? e, depois, o que é compatível?
Minha resposta é uma sonora gargalhada...
Eu posso com essas crianças?


(off) Poetinha

No fim da tarde de ontem, véspera deste dia dedicado às crianças, levamos nosso trio mirim - Ulisses, que comemorava seu quarto mês, também foi! - à bonita festinha do segundo aniversário de Ana Júlia, netinha da amiga Isabel Santos. Não preciso dizer que Pedro e Laura se divertiram a valer, porque os anfitriões - Isabel e seu filho André - colocaram uma cama elástica - nossos meninos chamam o brinquedo simplesmente de "pula-pula" - à disposição dos pequenos. Nesse dia, Pedrinho também chegou a uma conclusão para nós perigosa acerca de si mesmo: após provar os brigadeiros de copinho, meu neto confessou-se um "chocóiatra", mas Mamãe teve o bom senso de corrigi-lo:
- É chocólatra!
Mas o ponto alto das peripécias infantis veio na saída. Quando nos retirávamos da festinha, Pedrinho, dando asas a sua veia poética, deixou no ar estes versinhos, após observar o céu:
- Na primeira estrela que eu vejo / brilha o olhar do meu desejo...
E nós, adultos insensíveis, gargalhamos.


sábado, 10 de outubro de 2015

(off) Recordações

- Vovô, você conhece Tony Stark?

A pergunta de Laurinha veio me tirar a concentração enquanto fazia a vitamina vespertina para ela e Pedrinho. E antes que eu dissesse "sim", voltei no tempo recordando a primeira parte de minha adolescência vivida em Feira de Santana, onde fui "televizinho" antes que meu pai pudesse comprar nosso primeiro aparelho de TV, justamente para torcermos pela Seleção Canarinho (na época, valia a pena) na histórica Copa do México. Foi assim que, nos programas vespertinos, quando tínhamos a autorização materna para ligar a tevê, passei, junto com os irmãos e alguns amigos que assistiam do lado de fora, espremendo-se na janela, a ver os desenhos animados com os heróis da Marvel. Então a gente sabia de cor a música que identificava cada um deles, do Homem Aranha ao Homem de Ferro, alter-ego do Tony Stark suscitado por minha netinha, passando pelo Hulk e Thor, o deus do trovão. Então disse o que Laurinha queria saber:
- Conheço, por quê?
Como há sempre um porquê nessas conversas infantis, e Laurinha me esclarece:
- Eu fiz uma música pra ele - e antes que eu peça para ouvir a tal música, a menina faz "forfait":
- Mas não quero cantar agora!...


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

(off) Materialismo

Com seu jeito desabrido de mulher em projeto que quase todo dia recebe a desaprovação materna, Laurinha também se deixa contaminar pelo apelo publicitário que na TV e nos folhetos de lojas e supermercados tentam tanto cativar quanto escravizar os incautos nas galés do consumismo desvairado. Observo tanto nela quanto em Pedrinho essa atração e no que posso procuro esclarecê-los. Com meu neto, o diálogo basta, mas a menina é um ossinho mais duro de roer e com ela temos de ser mais incisivos, tocando onde o "calo" mais lhe dói. Para que se entenda, vale informar que, dia desses, demais de fazer alguma malcriação e receber a devida reprimenda, minha neta, pouco tempo depois, aproximou-se deste Avô com um folheto de propaganda de uma loja de brinquedos e perguntou, apontando para a imagem de certo artigo:
- Vovô, você me dá essa boneca?
Nem olhei para o papel que ela trazia, mas fixei meus olhos no rostinho bonitinho que Laurinha tem e inquiri de volta:
- Você está merecendo?
Creio que nesse momento ela teve um pouquinho só de reflexão e, pousando o folheto sobre a mesa, bateu em retirada para seu quarto, deixando atrás de si estas palavras:
- Deixa pra lá!...


(off) Cantiga do Rei

Quem pensou em Roberto Carlos enganou-se. O que quero dizer é que os adultos geralmente menosprezamos a agudeza de raciocínio das crianças e ainda que exploremos a capacidade desses seres simples e por demais inventivos, não nos cansamos de ficar boquiabertos ante a expressividade naturalíssima dessas mentes treinadas para a surpresa. É que ontem à tarde, logo depois que deixei a casa de minha filha Sal para um compromisso em Villas do Atlântico, ela, Pedro e Laura ficaram na calçada, junto com vários amiguinhos e as respectivas mamães - e pelo menos um papai -, as quais cuidavam de entreter as crianças com certas brincadeiras. Houve um momento em que alguém sugeriu brincar de "letra e música", apresentando uma palavra para que os pequenos lembrassem de uma canção com aquela dica. Então pediram uma música com a palavra "rei" e Laurinha levantou a voz para declarar, enfática:
- Eu conheço uma assim: "tchururu, hey, hey, hey..."!


(off) Respeito

Laurinha está naquela fase em que a rebeldia é um traço de seu caráter em formação e isso facilmente seus familiares chamam de falta de educação, ou, no mínimo, dizem que ela é uma menina mimada. Não sei, só sei é que, com o tempo, tudo passa, tudo muda, tudo melhora, desde que nós, os adultos responsáveis, cuidemos de limar certas asperezas e podar os galhos dessa plantinha tenra que crescem fora do padrão comportamental que julgamos dentro da "normalidade".
Pedrinho, ao contrário, é um menino cordato e, fora uma ou outra escorregadela, comporta-se como um pequeno cavalheiro, manifestando gentileza com os familiares, conhecidos e alguns desconhecidos dele, mesmo que às vezes tenhamos que fazê-lo recordar desse procedimento. Mas ele também é capaz de certas atitudes que, ao invés de provocar zangas, têm o condão de nos fazer rir muito. Foi assim esta tarde, quando ele, ao me ver entretido com o joguinho dos Angry Birds, veio com esta conversa:
- Vovô Chico, eu posso botar mais coisas no seu avatar?
Meu avatar no jogo é um pássaro com cocar de índio e vários livros. Creio que há até mesmo uma gravata. Mas Pedro não se contenta com pouco e por isso lhe pergunto:
- Você acha que meu avatar é muito mangueado?
Não sei se ele conhece essa palavra, mas não deixa por menos e sua resposta me faz gargalhar:
- É, tipo você!


domingo, 4 de outubro de 2015

(off) Palavreado

No fim desta tarde de domingo, Samuquinha, o filho da tia Sibele, veio brincar com Pedro e Laura. Como nossa duplinha tem brinquedos de montão, eles ficaram ocupados durante muito tempo inventando joguinhos em parceria, uma vez que o próprio Pedrinho havia estabelecido a regra de não utilizarem o videogame de última geração presenteado pelo Papai Alexandre. Desse modo, os três valeram-se mesmo dos bonequinhos da Lego que eles tanto curtem. A brincadeira consistia em cada um deles idealizar um personagem e assim interagirem, construindo uma história como pano de fundo para a atuação individual e coletiva. A certa altura, Pedrinho, manuseando um boneco junto a Laurinha, enquanto Samuca fazia qualquer coisa no quarto de meu netinho, dirigiu-se ao amiguinho:
- Samuel, como é mesmo o nome de seu personagem?
Samuel declinou o tal nome e com isso Pedro voltou a falar, provocando-me uma sonora gargalhada:
- Então vá pra casa, Fulano (eu não compreendi o nome referido por Samuquinha), este é um momento de muita frustração!
Eu não entendi, mas ri um bocado!


(off) Aparências diferentes

Pedro e Laura se divertem bastante quando Ulisses vem à casa deles e só lamentam que o priminho seja ainda um bebê e por isso não pode interagir com eles nas brincadeiras que costumam fazer. Mas somos nós, os adultos, que nos divertimos muito com as tentativas dos primos mais velhos de fazer Ulisses rir. Assim numa dessas vezes em que aproveitavam a visita de Ananda e seu filhote à casa da Mamãe Sal, Pedrinho começou a fazer gracinhas ante Ulisses e por fim declarou, jocosamente, fazendo rir a mim e a Sal por utilizar equivocadamente uma conhecida expressão popular:
- As diferenças enganam, Ulisses! As diferenças enganam, Ulisses!