terça-feira, 29 de abril de 2025
Senhora dona Laura (off)
terça-feira, 11 de fevereiro de 2025
Não falo, não ouço, não vejo (off)
quinta-feira, 9 de janeiro de 2025
Eis-nos de volta (off)
Há muito a relatar neste espaço em que meus netos - além de Pedro, Laura e Ulisses, agora há Otto, o caçulinha que ainda não fala e por isso não tem voz aqui, embora já faça suas peraltices - têm presença cativa e preponderante.
Hoje, neste dia de retorno após um longo quão indesejável intervalo, peço vênia para relatar uma pequena maravilha que talvez o "sangue" explique.
Como é sabido, Ulisses e seus pais vivem hoje em Curitiba, mas nas férias de Verão eles vêm passar pelo menos um mês conosco, quando o menino se esbalda nos passeios e na comilança.
Ontem, por exemplo, num passeio de ônibus pela orla marítima de Salvador, ele apreciava o mar quando sua avó Bia - ele se divide entre nossa casa e a residência dos outros avós, Lea e Gustavo -, depois de futucar em sua bolsa, deu ao menino um pedaço de papel.
Ulisses, meditabundo naquele momento, perguntou: "Vovó, você tem uma caneta?"
De posse do instrumento, ele passou a escrever no pedacinho de papel e daquela cabecinha cismarenta brotou este haicai:
"O céu encontra o mar
E o sol risca o mar
Lá do céu"
Achei isso uma maravilha e reputei o fato ao gosto pela poesia que herdei de meu pai e está presente principalmente em Pedro, o primeiro neto. Por que não seria assim com Ulisses?
sexta-feira, 15 de dezembro de 2023
Salsicha e o rato calunga
Francisco Muniz
A casa não está vazia. Salsicha ouve Mamãe trabalhar na cozinha. Lá de dentro vem o som aluminado das panelas. "Mamãe faz comida, pode até ser meu mingau", pensa. Olha para os jornais amarfanhados no canto e dá dois passinhos até lá. Agacha-se, coloca uma mãozinha em cima e enfia a outra embaixo. Traz o ratinho que se comporta direitinho em sua mão. Ah, se Mamãe soubesse!
Mamãe canta na cozinha - como é doce ouvir a voz de Mamãe! Continue cantando, Mamãe, que você me alegra muito assim.
Salsicha tem dois anos. Só. O rato calunga que ela tem na mão não tem idade: pode ter um mês ou treze anos; pode ter um século ou cem mil dias. Salsizha não sabe. Mamãe não sabe. O próprio rato saberia?
O rato calunga se chama Calunga, simplesmente. Salsicha o batizou. Salsicha derramou-lhe água em cima (lembrou que fizeram assim com ela).
Mam~e grita lá de dentro que o mingau já está pronto. Salsicha quer o mingau? Salsicha quer, mas a Mamãe não pode ver o Calunga. Mamãe tem medo do Calunga e Salsicha não compreende por quê. Salsicha inclusive ri quando Mamãe sobe no sofá quando o Calunga passeia pela sala.
Mamãe deixa a mamadeira com Salsicha e deita-se no chão, recostada numa almofada, e volta paa cozinha.
Assim que Mamãe some de vista, Salsicha se levanta e tira Calunga de baixo dos jornais e empurra-lhe a mamadeira na boca. Calunga não sabe como tomar mingau na mamadeira e suja-se todo, o tapete da sala vira uma lagoa de mingau. Mamãe grita da cosinha: "Já acabou, Sal?"
Sal não acabou, mas o mingau, já. Mamãe virá ver a poça que se formou no tapete e ficará zangada com Salsicha. Mas Sal tem consciência, é uma menina boazinha e não deixará que Mamãe se zangue por causa desse minguau no tapete. Passa sua mãozinha sobre a poça branca, procurando limpar o tapete, mas só o que consegue é deixar tudo, inclusive ela mesma, numa situação pior. Agora sim é que Mamãe ficará realmente aborecida. "Mas Sal!"
Mas Sal não fica nem um pouco chateada com a bronca da Mamãe. O que ela quer mesmo é brincar com o Calunga, fingir-se de rato também, meter-se debaixo dos jornais. Esta Salsicha!
Sal, Salsicha... o carinho aumenta à medida que o nome diminui. TUdo culpa do Papai. Só porque ela nasceu pequenina e gordinha o papai inventou logo de batizá-la de "Salsicha" - depois ficou "Sal", pra descansar mais a boca. "Esse Papai!" Mas Sal até que não soa mal, não. "Pode me chamar de Sal, viu, Pai? - de de Salsicha também, se quiser."
***
Esse conto escrevi quando a mãe de Pedro e Laura ainda usava fraldas e era filha única; seus irmãos, Caio e Ananda, chegariam pouco tempo depois e tomariam o lugar do rato Calunga nas brincadeiras da menina...
segunda-feira, 11 de dezembro de 2023
Saudade
Hoje vivendo em Curitiba, Ulisses, nosso neto número três, desenvolve-se em meio à saudade deixada na Bahia (e que tanto ele quanto os pais tembém experimentam nas terras paranaenses, no solo fértil onde crescem as araucárias). Notícias vindas de lá dão conta de que ele concluiu com louvor seu segundo ano do Ensino Básico, causando alguma sensação na escola curitibana onde está matriculado por ser o único bainano - mas ele tão bem e depressa se adaptou à nova realidade que muito facilmente o batizei de "curitibaiano". Mas ele, junto com os pais, está vindo passar as férias aqui conosco, deixando momentaneamente o frio paranense para aproveitar o caloroso clima de baianidade que exalamos para todo o País!
O vácuo da adolescência (off)
A gente pensa que, por chegarem à adolescência e conviverem bem mais com seus conflitos íntimos nossos filhos e netos perdem a capacidade de demonstrar aquela verve bem-humorada que nos encantava durante a infância deles. Não é bem assim. Outro dia me me lembrava de um episódio envolvendo Pedro e Laura quando ambos se econtravam na segunda infância, ali pelos 9 ou 10 anos de idade. A menina havia feito algo que motivara a reação do irmão que, recorrendo a mim, ouviu-me dizer:
segunda-feira, 25 de setembro de 2023
(off) Promessa
Laurinha já havia feito sua promessa no sentido de honrar o legado de Baden Powell e abraçou o escotismo. Pedro, no entanto, ficou se amarrando durante algum tempo mas finalmente decidiu-se por atender aos apelos do Papai Alexandre e prometeu tornar-se escoteiro. Agora, ei-lo garboso em sua farda ostentando seu diploma, fazendo-se sempre alerta para os deveres que lhe competem.