quarta-feira, 16 de novembro de 2011

(off) Saudade de Bisa Margarida


Nosso aparelho telefônico é daqueles que prescindem da fiação e por isso pode ser levado a todo canto. Hoje à tarde, ele foi deixado comigo quando estava descansando na cama, ao lado de Laura (ou seja, nada de descanso!). Com seu jeito brejeiro, a menina toma o fone nas mãos e surpreendentemente estende-o em minha direção e fala: "Bisa Margarida!" Entendo que ela quer conversar com minha mãe em Feira de Santana e faço a ligação, passando o aparelho para Laurinha quando Mãinha atende. Então se desenrola uma das cenas mais cativantes que já presenciei com minha neta. Ela, com o telefone ao ouvido,sorri, fala alguns monossílabos e começa a descer da cama. Passa pelo quarto da Tia Ananda, entra e estende-lhe o telefone, dizendo: "Fale com ela!" Depois que Nanda fala com a avó e entrega o aparelho a Laura, ela segue para a sala. Vendo a Mamãe Sal, procede da mesma forma. Tenta fazer o mesmo com Vovó Bia, ocupada atendendo a uma cliente, de modo que volta ao quarto e, me vendo à porta, observando tudo, devolve-me o telefone, com a mesma exortação - "Fale com ela!". Só então encerro a ligação, agradecendo a Mãinha, e a saudade da menina foi devidamente morta.

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