Não é segredo para ninguém meu amor por Pedro, mas vejo-me um avô volúvel, porque "eu estou apaixonado por uma menina Laura, de signo-elemento Laura, do mar se diz Laura à vista..." ao ponto de transmodificar a poesia de Caetano Veloso.
E não é para menos. A cada dia que passa, com seu desenvolvimento natural, Laura cativa mais e mais. E ela é mesmo das minhas: outro dia tomou quatro (isto mesmo: QUATRO) vacinas de vez, teve pernas e braços perfurados, chorou bastante na hora, que ninguém é de ferro, mas não apresentou qualquer reação posterior, nenhuma febrezinha!
Descoberto o poder das mãos, ela agora já começa a agarrar tudo com seus dedinhos e é lindo ver os braços e movimentarem, ainda descoordenados, na intenção de pegar o que lhe chama a atenção. Não vendo, é o instinto que lhe guia e dessa maneira os cabelos da Mamãe e do Vovô são as vítimas preferenciais ou meramente circunstanciais.
Grande consumidora de leite materno, também costuma despejar o excedente em cima dos incautos, em golfadas que às vezes são portentosas, impregnando roupas com o indefectível aroma azedo...
Mas ri, e como ri essa menina! basta a mãe abrir a boca e ela ri. Basta o Vovô cantarolar "A árvore da montanha" ou a "Plantinha formosa" que ela se desmancha, abrindo a boca e mostrando toda a falta de dentes...
Aqueles que estão perto de mim me dão toda a razão e entendem que não seria de outro modo: eu tenho de estar apaixonado por essa menina Laura!
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