Já falamos aqui do jeito que Pedrinho tem de tratar as palavras, um comportamento inato que remonta à questão palingenésica, estou certo disso. Primeiro foi a facilidade em reconhecer as letras, depois a pronúncia usando o plural e agora reparamos na colocação mais que oportuna de certas alocuções como aconteceu no início da tarde de hoje. Havíamos saído para almoçar no orfanato dirigido por meu amigo Cláudio Emanuel, que fica bem longe de onde moramos, e simplesmente não acertamos o caminho. Vó Bia fica tiririca da vida com essas coisas e deixa todo mundo nervoso com seu mau humor. E quando pedi, pelo amor de Deus, que ela se mantivesse calma, Pedro veio em nosso socorro e exclamou em tom conselheiral: "Paciência!"
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Mais um sinal de sua precocidade: esta noite, brincando com suas letrinhas de borracha, com as qual se identifica bastante, fez algo indevido: pôs uma delas na boca e imediatamente eu lhe disse que não fizesse aquilo. Ele obedeceu, mas questionou a ordem - não comigo, mas com a mãe, perguntando "por que não?". Por que está sujo, respondi, comentando com Sal que a fase dos porquês começou muito cedo.
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