No ônibus, voltando de mais um passeio que começou com Laurinha e Vovó Bia e terminou com ele e a mãe, Pedro sussurra alguma coisa que Sal não compreende e pede que ele repita, mas o menino volta a falar com a voz embolada, atropelando as palavras e Sal insiste para que ele seja mais inteligível. Nesse momento, Pedro diz que está fazendo um poema para ela e fala longamente palavras carinhosas sobre amor, coração, carinho, mamãe... e depois declararia, formalmente, com ares de especialista: "Poema são duas palavras que rimam!"
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Ao recordar o relato, pensei que tal iniciativa de meu neto seja mais um indício de sua identidade espiritual, que vinculo àquele que foi meu pai biológico nesta existência, o qual, na juventude, também era chegado aos versos e foi por causa dele que eu também enveredei por esse mundo, ao ler, vezes seguidas, um livro que ele tinha em casa, com os sonetos do poeta carioca J. G de Araújo Jorge... Será que Pedrinho já foi picado pela mosca azul?
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