sexta-feira, 15 de julho de 2016

(off) Veia poética



Podemos dizer tudo de Pedrinho, que ele é distraído, relapso com seu material escolar, desobediente, teimoso... mas não se pode negar que meu neto é dono de uma alma doce, e que sua falta de atenção para as coisas prosaicas é devida unicamente à cabecinha de vento própria dos poetas, o que ele já demonstra desde cedo. Falo isso porque na manhã de hoje, precisando futucar alguma coisa no escritório - local que divido com os meninos (logo, logo Ulisses também será um desses usuários) - encontrei no chão uma folha rabiscada e conveniente dobrada como um envelope com a missiva a ser enviada. Era um poema destinado a um tal "Colégio Doce" (a letra O foi desenhada como se fosse uma rosquinha) que me comoveu após a leitura. Vejam, com a ortografia própria de uma criança de sete anos que ainda não presta muita atenção nas lições de gramática:

O bom dia

Eu acordei...
vi sua foto...
senti você
nos meus brasos...

Porque teve um
bom dia
com muita
alegria

a escola não
tem mais prova...
e você é
a chave...

sinto vontade
de até voar
com você

(DE: Pedro Lucas
Para: esse colégio doce)

Não é lindo?

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