As crianças, nós sabemos, não têm papas na língua na hora de dizerem o
que pensam ou sentem, sendo simplesmente espontâneas, embora isso cause
constrangimento aos adultos que esqueceram sua infância. Digo isso
lembrando de Pedrinho, que não se cansa de manifestar verbalmente suas
preferências afetivas. Não faz muito tempo, ele adentrou meu quarto,
sentou-se numa das cadeiras à disposição dele e da irmã, Laurinha, e bradou em alto e bom som:
- Vovô Chico, eu amo muito você.
A avó estava junto e ouviu a declaração, que para mim foi
constrangedora, apesar de incensar meu ego, por saber do ciúme de Vovó
Bia. Com efeito, ela virou-se para Pedro e questionou:
- Mas você me ama também, não é?
O menino concordou, mas sem me tirar do pedestal:
- Amo, mas gosto mais dele!
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