quinta-feira, 5 de novembro de 2015

(off) Palco

Ontem, finalmente, foi o dia de Pedrinho subir ao palco da escola para participar do espetáculo "Cantos, contos e encantos", o sarau literário de fechamento do ano letivo no quesito artístico, posto que o evento grandioso, a formatura dos alfabetizandos, ainda está por vir. Como este Avô anunciara, ele representou o caçador da história da Chapeuzinho Vermelho. Mas havia um detalha que meu neto não tinha mencionado em casa: ele não era o único caçador, porquanto um bando deles estava a postos para caçar apenas quatro lobinhos que ameaçavam aproximadamente uma dezena de garotinhas vestidas com capuzes encarnados.
E estávamos ali, seus familiares todos, inclusive o pequeno Ulisses, sentados na plateia, ansiosamente esperando sua entrada e sua performance, que julgávamos seria tão bonita quanto a roupa que Mamãe Sal lhe havia preparado - tinha até óculos! -, vendo as apresentações se sucederem até que chega a vez da turma de Pedro. E o vimos adentrar o palco com a desenvoltura de sempre, em fila com os colegas "caçadores", circulando em torno das "Chapeuzinhos" e imobilizando os "lobos" com as cordas que utilizavam, em vez das prosaicas espingardas.
Tudo ia muito bem, mas surpreendentemente Pedro se exalta e joga-se ao chão, com cara de choro. "Vá lá, Chico!", gritou a Vovó Bia. Mas antes que eu entendesse o que estava acontecendo, já o dindo Gabriel se levantava e seguia em direção à coxia, seguindo eu atrás dele. Lá, tomamos Pedro nos braços e fomos conversar com ele, enquanto o acalmávamos. Procurando saber o que meu neto havia sentido no palco, ele lamentou ter fracassado por não ter recordado seu lugar na marcação durante os ensaios. Mas a coordenadora do espetáculo esta junto e disse que ninguém havia percebido isso, ao que Pedrinho desabafou, aliviado:
- Ufa!
A apresentação, contudo, foi repetida e, vejam só!, Pedro volta a dar o mesmo vexame. Parece que o palco não será seu ambiente natural...


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